tag:blogger.com,1999:blog-8260389923594412462024-03-13T05:49:12.626-03:00Pergaminho DigitalCarolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-42265451892035131222022-11-30T00:30:00.001-03:002022-11-30T00:30:49.763-03:00Não. Eu não tenho mais esse tempo<div><br></div><div>Depois que a gente vira a chave dos 4.X a gente se dá conta de que tá quase no topo da montanha russa. Começa a coceira do " e se...".</div><div><br></div><div>E se eu tivesse feito x ou y; e se eu mudar de ideia; e se... A questão é que tem "Se" que já não cabe mais... Tem "Se" que não vale a indagação. Não pelo valor em si, mas pelo tempo.</div><div><br></div><div>Não. Eu não tenho mais esse tempo.</div><div><br></div><div>Eu não tenho tempo pra gastar com o grito da moda ou com a celebridade do dia. Eu não tenho tempo pra perder com picuinha alheia e julgamento de quem não me conhece. Eu não tenho tempo pra conversas avulsas e sem nexo ou valor. Eu não tenho tempo pra amor morno e café frio.</div><div><br></div><div>Uma das melhores - ou a melhor - gestora que já tive, sempre diz que a gente tem que escolher as brigas da gente. Ela tem razão. </div><div><br></div><div>Quando a gente sabe o tempo que tem, a gente mal pode prever algumas coisas... Quando a gente não sabe quanto 'mais' tem de tempo, prever é inútil.</div><div><br></div><div>Escolho, então, viver. E quem quiser que me acompanhe, que me chame, que me inclua. Eu não tenho esse tempo.</div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-68629913817325927402022-07-19T02:04:00.001-03:002022-07-19T02:07:39.953-03:00Sem glamour. E ponto!Às vezes, tudo o que a gente precisa é entender que - muito provavelmente - não tem um dom especial; nem missão ou carma, destino, função específica... <div><br></div><div>A gente não vai curar ninguém pelo nosso exemplo; pode - no máximo - não machucar. A gente não é santo; e sabe disso. Mas sabe, também, que essa é uma das poucas qualidades que temos: aprender com os próprios erros.</div><div><br></div><div>Essa coisa de "mudar a vida das pessoas" é papo de "coach" do Séc. XXI. Nem os melhores antidepressivos fazem isso sozinhos! Como é que "eu", cheio de traumas, preconceitos, mazelas e afins; preso a um tempo e espaço definidos, teria o poder de "curar" / "mudar" a vida de alguém?! E outra: por que raios eu teria que me ocupar com isso?! </div><div><br></div><div>A gente tá vivendo num momento tão oco e tão maluco que acha que tudo tem que ter uma função "para além". Tudo tem que gerar uma "entrega"; um "produto" que gere "impacto" (midiático?) na vida de outras pessoas. Ou melhor: a gente só vale o que entrega.</div><div><br></div><div>Acho que essa insanidade coletiva nos impede de relaxar, sonhar e, muitas vezes, nos deixa com a sensação de culpa por não estar satisfeito/ insatisfeito com algo: </div><div>" - Estou feliz, mas não sei se isso está certo... Tanta gente sofrendo..." </div><div> " - Estou infeliz, mas não posso achar ruim... Há gente em pior situação".</div><div><br></div><div>Será que é muito pior aceitar que trabalhamos com o que podemos; alguns, com o que amam, porque precisamos trocar nossas horas de vida por remuneração?</div><div><br></div><div>Será que não poderia ser apenas um detalhe técnico / burocrático da vida? Todo mundo tem algo que faz muito maravilhosamente bem, mas nem por isso TODO MUNDO tem que fazer o mesmo. Nem por isso as pessoas têm " a fórmula do sucesso". Ou melhor: podem até ter... Para elas! </div><div><br></div><div>As nossas redes virtuais de contato ( porque sociais... Vamos combinar...) se tornaram um gigante caderno de classificados. Apenas isso. </div><div><br></div><div>Não, amig@: você não tem a solução dos problemas; você não faz milagre; você não é "a autoridade". Nesse mercado, você é só mais um que precisa vender sua força de trabalho (ou as horas de vida, como eu falei) para sobreviver.</div><div><br></div><div>Não tem glamour. Não tem plumas e paetês. Não para nós, trabalhadores. Sim. Esse é nosso único papel no mundo atual: trabalhamos: por nós (e/ou) pelos outros, com os outros... Mas não... Não temos missões ancestrais milenares. Somos o macaco com "[...] telencéfalo super desenvolvido e polegar opositor." Apenas isso... Porque até (se não principalmente) nossa moral é duvidosa.</div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div><br></div><div> </div><div><br></div><div><br></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-50543487580275585922022-07-13T23:32:00.001-03:002022-07-13T23:32:18.333-03:00Reclamar é preciso!Nem sempre a gente reclama pra solucionar alguma coisa. Às vezes é só pelo prazer de desabafar.<div><br></div><div>É como se falar sobre aquilo tirasse o peso que sentimos. É o dia frio; o preço das coisas; a desilusão com a política; a vontade de esganar os colegas - mas depois passa; saudade da mãe, do pai, do avô. A raiva do gato que mijou no canto errado. O vizinho mala que não cala a boca nunca. O ônibus; o carro; a moto. O cachorro; o papagaio, o periquito. O lixo. A roupa. A casa. O pó. Aquela gente sorridente de filtro de Instagram que dá ódio ( porque no fundo, a gente queria poder conseguir se contentar com aquilo). A rotina. A obrigação. A vida - como ela é.</div><div><br></div><div>Mas a gente ri. Faz de conta que passou. Passou? É. Acho que passou.</div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-59046768505081105672022-06-08T07:46:00.001-03:002022-06-08T07:46:14.278-03:00Ao vencedor, as batatas°<div>Aos poucos, um a um, os degraus foram sendo retirados. Relutei em pisar no chão. Queria-os de volta.</div><div><br></div><div>E como não houve jeito - porque nesses casos nunca há - forcei-me a me equilibrar só. E foi difícil no início; e confesso que, por vezes ainda o é.</div><div><br></div><div>Mas aos poucos o peso da incerteza deu lugar a uma estranha sensação de paz. E eu comecei a questionar se não tinha demorando tempo demais para largar a escada. Em seguida, passei a entender que eu nunca precisara dela.</div><div><br></div><div>Meu chão é meu ponto de partida. Minha base. E eu não vou fazer mais esforço para tentar alcançar o inatingível.</div><div><br></div><div>_____________</div><div><br></div><div>° Para saber sobre essa expressão, consulte: ASSIS, Machado de. Quincas Borba. </div><div>ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas</div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-39244730222389376202022-03-02T01:21:00.001-03:002022-03-02T01:21:44.940-03:00(in) CertezasSinto falta das minhas certezas. Tão falhas; tão minhas.O tempo deixou-as desgastadas: é preciso um remendo ali, outro acolá. Há casos, já percebi, que parte delas foram totalmente descartadas. <div><br></div><div>Curioso é, em certa medida, que o mesmo hiato que nos mostra a necessidade de reanalisar nossas afirmações nos apresenta a quem somos. Assim, me resta pensar que só temos certezas absolutas quando não conhecemos muito bem as coisas... As nossas e as do mundo.</div><div><br></div><div>Tenho receio do dia em que eu me conheça tão bem que passe a duvidar de tudo.</div><div><br></div><div><br></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-86331455500683000992022-01-24T03:56:00.001-03:002022-01-24T04:03:05.131-03:00À Esquerda. Sempre.<div><br></div><div>Década de 90. Nada de redes sociais digitais. A disputa era na rua. E era justa, porque era limpa. Sem a sombra do facismo ressucitado que temos hoje.</div><div><br></div><div>As ruas - ainda como espaços públicos, livres e democráticos - eram coloridas pelas bandeiras dos ideais em que acreditávamos. Os meus (e os dos Meus) à esquerda, sempre. </div><div><br></div><div>Nossa família, trabalhadores desde sua origem, sentia-se representa por aquele que levava sua Classe aos palanques: o Partido dos Trabalhadores. </div><div><br></div><div>Outras famílias, outras bandeiras, e os embates eram dialogados. Não me recordo de ter notícia nessa época pessoas com medo de sair às ruas com as cores de seu partido, afinal: #ditaduranuncamais. O coletivo, o democrático, o público era o que interessava. </div><div><br></div><div>Infelizmente, os messiânicos apostaram em um tal de "caçador de marajás". A única coisa que ele realmente confiscou foi poupança dos brasileiros. Ele até caiu, mas foi outro sistema (não bem o político) que o derrubou.</div><div><br></div><div><a href="https://images.app.goo.gl/HD7nbcRVHsXtQwbK6">Partido dos Trabalhadores</a><br></div><div><br></div><div>Em 2001 chegamos ao Planalto. Sim, chegamos. Porque, junto com o "torneiro mecânico", chegaram lá meus avós e bisavós Nordestinos; meu pai Téc. em refrigeração, meus tios e minha mãe, funcionários públicos. O povo.</div><div><br></div><div>A elite não gostou. Elite nunca gostou de pobre com sabedoria; pobre com direitos; pobre com acesso às mesmas coisas que eles tinham. </div><div><br></div><div>Pior do que isso: muitos trabalhadores, ao perceberem alguma ascenção (em consequência de políticas sociais e desenvolvimento econômico nacional), começaram a se portar como a elite e a criticar - sem nem saber a razão (novidade, não?) aquilo que tinha dado a eles uma vida 'melhor'. </div><div><br></div><div>Demonizou-se o serviço público, desqualificaram estatais. </div><div><br></div><div>Elegemos uma mulher. O machismo e a misoginia de todas as esferas se agitou e tivemos o golpe em 2016.</div><div><br></div><div>Em 2018, demonstramos mundialmente que o Brasil precisa estudar História, Ciências Políticas e Sociais, Filosofia e Direito: o ser mais abjeto foi convertido em Presidente da República.</div><div><br></div><div><br></div><div>Felizmente há um lado bom no fato de a História ser cíclica: #elenao vai permanecer para sempre. Não vejo a hora de vê-lo descendo a rampa (com a cauda entre as pernas). Estarei, à Esquerda (como sempre estive) aplaudindo a renovação do ciclo e a volta do Povo ao governo.</div><div><br></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoZ97N0GUfi4VLpquDfFUtUN_xccUvPDR11ju3xdNccVH9X5XGmpXYHyGhuDmrSeU2HMgSznC6BU7DJkDqvdqHTSnOpMgK9IH4gF1gitBPN53rPTJRHGed09em14tEeYprQFRK9bJmvDceO47iitcwY5zviQb2StVgXsN7sM-mSPTmL9V-ly_5InzOjA" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgoZ97N0GUfi4VLpquDfFUtUN_xccUvPDR11ju3xdNccVH9X5XGmpXYHyGhuDmrSeU2HMgSznC6BU7DJkDqvdqHTSnOpMgK9IH4gF1gitBPN53rPTJRHGed09em14tEeYprQFRK9bJmvDceO47iitcwY5zviQb2StVgXsN7sM-mSPTmL9V-ly_5InzOjA" width="400">
</a>
</div>Fonte da imagem: @ptbrasil</div><div><br></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-33431622238472853972021-09-10T13:28:00.001-03:002022-01-25T13:31:49.776-03:00<p> Dizem que precisamos aprender a acolher nossa tristeza, então segui o conselho. Fiz isso tão bem que ela está aqui ainda. Já se acha dona da casa: quando a alegria chega, nem convida para entrar. </p><p>Pois é...</p><p>A gente naturaliza o cansaço; a gente naturaliza a dor; a gente naturaliza o esforço. Quando as coisas boas chegam sem tudo isso, nos sentimos não merecedores. </p><p>Vida horrível essa de achar que só somos bons se sofrermos; que a 'felicidade' vem no fim. Ah, claro... e que ela dura para sempre. Acho que isso nos dá um peso absurdo a carregar:</p><p><br /></p><p>"- Não estou feliz HOJE; ainda não mereço."</p><p>"- Estou MUITO feliz hoje; NUNCA MAIS sentirei tristeza."</p><p>E ai a coisa gira. E a gente se perde nas incertezas que inventaram pra nós. E a gente esconde o que sente; a gente bate na mesma tecla; a gente se aprisiona num universo de sentimentos que sequer entende... tudo isso buscando a tal felicidade.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijuYC6Fvbjt2hK9KkmsCIYRAChcyN5XO97Yg8_3mbnyuaxR7X9r1F3xjbT40KLZSFIUeeWejNMrft6iugPnH-8FUsddbhVC_zlnMQngSsFAvaBnPzkRt20YlYaCMr8QHASaxQQpOBt2zkF115Uh5UbynOfOzkLepW_zHOqOTZVvUSlY4l9vPHtJsZoXg=s1695" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1695" data-original-width="1695" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEijuYC6Fvbjt2hK9KkmsCIYRAChcyN5XO97Yg8_3mbnyuaxR7X9r1F3xjbT40KLZSFIUeeWejNMrft6iugPnH-8FUsddbhVC_zlnMQngSsFAvaBnPzkRt20YlYaCMr8QHASaxQQpOBt2zkF115Uh5UbynOfOzkLepW_zHOqOTZVvUSlY4l9vPHtJsZoXg=s320" width="320" /></a></div><p><br /></p><p>Acho que felicidade é estar; não é ser. É café quentinho; flor brotando; filho sorrindo; abraço apertado. É quando toca a música que a gente adora; quando lemos nosso livro predileto (ou descobrimos predileção por algum); dia de sol; dia de chuva; gato dormindo enroladinho. Até fim de domingo pode ser bom. </p><p>A felicidade mora a gente. O problema é que nos ensinaram a escondê-la. E a gente passa achando que É triste e que 'um dia' SERÁ feliz. </p><p><b>Imagem</b>: Roda da Fortuna - Versão Tarô de Marselha e Versão alternativa. Simboliza que tudo está em movimento. Tudo pode mudar. </p><div><br /></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-33749816090952214782021-09-03T13:20:00.001-03:002022-01-25T13:21:09.941-03:00Por que não?<p> E foi assim que acordei naquele dia ingrato e insano. Um silêncio na casa; na rua; no mundo. Na verdade, apenas abri os olhos e comecei a prestar a atenção... Eu não tinha vontade alguma de me mover dali; eu não tinha ânimo pra querer sair dali. E não sei quantas horas fiquei nessa situação.</p><p>Anestesia consciente? Meditação forçada? Não sei.</p><p>Me dei conta de que poderia passar o dia daquele jeito; não faria a menor diferença. De repente, comecei a ouvir a vida lá fora. E tudo seguia igual. E tudo seguia bem. </p><p>E veio, então, a Sensação Sinistra... velha conhecida já. Mas, naquela circunstância, não veio sorrateira e camuflada como acontecia. Entrou pela porta da frente. Me encarou e perguntou - arreganhando seus dentes de aço: "- Por que não?"</p><p>Lembro que fechei os olhos. Queria argumentar... mas diria o quê? Queria contar para alguém o que estava acontecendo... louca, diriam uns; preguiçosa, diriam outros. Melhor calar. Talvez fosse assim mesmo. </p><p>- Por que não? Repeti pra mim mesma. </p>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-88511591351437528832021-08-18T13:23:00.001-03:002022-01-25T13:27:32.846-03:00Cotidiano<p> Hoje, na hora do almoço, Agnes estava a mil nas conversas. Em determinado momento, olhei para ela e disse: "- Você é linda, minha filha!" Ela abriu um sorrisão e perguntou: "- Igual sereias, princesas e fadas, mãe?" Fiquei olhando pra ela... um pouco surpresa. Disse: "-Não, Agnes. Muito mais linda do que elas todas. Porque você existe." </p><p>Ela riu. talvez tenha achado absurdo eu considerar inexistentes tais 'seres'; talvez tenha gostado do que escutou. Não sei. Mas fiquei pensando um pouco.</p><p>Apenas 5 anos e já está percebendo que há padrões de beleza impostos em filmes desenhos infantis?</p><p> Apenas 5 anos e acha que para ser linda (ou inteligente, ou amorosa, ou qualquer outra característica positiva) precisa de uma comparação? E que comparação é essa que ela fez com o que vê no espelho?</p><p>Sou mãe de 1ª (e única) viagem; conheço pouco (ou nada) de psicologia infantil e tenho muito receio de vê-la caindo nas armadilhas digitais da aceitação a qualquer custo e da beleza inatingível. </p><p>"- Mas Carolina, ela só tem 5 anos!" (você me diz) Eu sei. E é por isso mesmo que me preocupo. </p><p>Num mundo de intolerância disfarçada de '<i>goodvibes</i>', solidão disfarçada de <b>'empoderamento</b>' e ''<b>independência emociona</b>l' e apps de consumo de tempo em troca de likes, quando mais cedo ela compreender que a beleza dela vem de dentro e que ela é, sim, maravilhosa do jeito que é, mais tempo feliz e mentalmente saudável será.</p>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-5613449880103966992021-08-15T13:21:00.001-03:002022-01-25T13:23:17.694-03:00Lágrima"- Mas mamãe, adultos não choram! Só quando cortam cebola!"<br />...<br />Não, filha. Adultos choram. <div><br /></div><div>E muito. </div><div><br /></div><div>E ouso dizer que há momentos em que essa é a única coisa que podemos /queremos fazer. <br /></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-30808282662589555962021-08-07T13:47:00.001-03:002022-01-25T13:51:39.656-03:00Adeus <p><br /></p><p> Hoje, meu ceguinho descansou. </p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVZBwRrVIHihSQ2e59zUy4z-U-WnIXrLw28l7kkb2hyx1LFXHrSPjj3ZS85rOfKMA01N--eiUb1MRqe5cYvDqQZIFtj-4jfbi1qjQ51KeK-9pTZNCGiY8k8kCbE3xSbczkkJ1KUDdsm0bymT0nb_oVxml1xFW7hyHsCsGwqlJn7A46rc4ZOaqG0lfVHw=s1024" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="771" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiVZBwRrVIHihSQ2e59zUy4z-U-WnIXrLw28l7kkb2hyx1LFXHrSPjj3ZS85rOfKMA01N--eiUb1MRqe5cYvDqQZIFtj-4jfbi1qjQ51KeK-9pTZNCGiY8k8kCbE3xSbczkkJ1KUDdsm0bymT0nb_oVxml1xFW7hyHsCsGwqlJn7A46rc4ZOaqG0lfVHw=s320" width="241" /></a></div><br /><p><br /></p><p>O anfitrião da casa; o vovô das crias de Maria; o filho de Xangô; a maquininha de fazer xixi fora do lugar (e me deixar maluca); o apaixonado por caixas de papelão... Meu parceiro de mudanças há mais de 14 anos.</p><p>Consegui me despedir dele ontem, no hospital. Conversei com ele, disse que estava tudo bem se ele estivesse cansado demais pra continuar. </p><p>Agradeci por estar comigo em tantos momentos imensamente difíceis. Pedi desculpas pela minha falta de paciência nas vezes que ele fazia xixi na área recém limpa. Prometi a ele que explicaria tudo pra Tina (ela dormia ao lado dele toda noite). </p><p>Espero que exista um céu dos animais, que eles tenham alguma compensação por terem que nos aturar nesse planeta podre e mesquinho. </p><p>Obrigada, meu filho amarelo, por todos esses anos comigo! </p><p>Até logo, meu velhinho.</p><p>Agradeço imensamente à equipe do Hospital Veterinário pelo cuidado, carinho, atenção com meu velhinho. Além do respeito a esse momento doloroso de dar adeus a este ser especial.</p>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-33231064788255146012021-02-25T13:36:00.001-03:002022-01-25T13:45:50.387-03:0025/02<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi9VI9JUkZGDnqNJOzbJI27UYbCR_BQSpXFiAev6spjQiHG7ftIFsgv3SmqQHYg_frNOxvk9_Vq4feKBudDimVF0mua7gFtkNHRmtvsVUv3eBKvBN5NV8FJOKYpQotrHGxUQ9U-15vz7-zai-oEjicpKTKtUqUhk7VGvJTvprV8N_Er4mJMbVObd2qJw=s3648" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhi9VI9JUkZGDnqNJOzbJI27UYbCR_BQSpXFiAev6spjQiHG7ftIFsgv3SmqQHYg_frNOxvk9_Vq4feKBudDimVF0mua7gFtkNHRmtvsVUv3eBKvBN5NV8FJOKYpQotrHGxUQ9U-15vz7-zai-oEjicpKTKtUqUhk7VGvJTvprV8N_Er4mJMbVObd2qJw=s320" width="320" /></a></div><br /><p></p><p><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Hoje, se o vô fosse vivo, ele e a vó completariam 63 anos de casados. Casaram em 1958 e vieram para cá (de mala, mas sem cuia) dando sequência ao 'braço do Sul' da família.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">A vó conta até hoje que as louças do enxoval vieram de navio... Lá, na casa deles, ainda há um que outro item desse conjunto. Nem tão inteiros, é claro. Mas estão lá.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Assim como um enxoval, acho que a gente vai se dispersando aos pouquinhos. Sempre fica, porém, uma marca, uma lembrança boa, algo que nos remeta à nossa origem.</span><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><br style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;" /><span style="background-color: white; color: #262626; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Esta foto é dos meus 30 anos. Estes são meus avós. Peças únicas no grande enxoval da minha vida.</span></p>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-71920171884385821392020-10-21T23:12:00.001-03:002020-10-21T23:12:09.925-03:00Quando a vida fica ocaA gente vai desdobrando a vida; abrindo caminhos; mudando as rotas. É aquele tal de se reinventar todo dia. De crescer todo dia, mas também aquele morrer todo dia...<div><br></div><div>Aí chegamos àquele ponto em que nos sentimos esvaziados de sentido e de sentir. E que não importa o que façamos e digamos, não virá uma mão puxar a nossa. E não importa o quanto ela sempre tenha estado à disposição. Nessa hora, fica inerte. À espera do passar - da dor; do tempo; do sentimento.</div><div><br></div><div>Como eu queria não sentir. Essa droga que conexão humana que nos faz achar que temos alguma importância e que, por isso, os outros devam achar o mesmo.</div><div>Somos inúteis bichos de carne e osso com mania de inteligência. Não passamos de um emaranhado de emoções descontroladas; cada um a seguir seu rumo; a se perder pelo caminho.</div><div><br></div><div>Quisera eu permanecer oca de sentimentos; livre da imaginação; longe da expectativa. Mas não... Aqui vive um ser cheio de sentimentos, mas com a permanente - e crescente - sensação de falta; de vazio.</div><div><br></div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-62891430682901979202020-08-25T20:57:00.000-03:002020-08-25T20:57:16.853-03:00Boca do estômago<p> Ahhh o amor. </p><p>Aquele velho e maldito sentimento que, não contente em não se aposentar de vez, cria cenários imaginários nas mentes menos preparadas. Elas, coitadas, sem muito treino, vão alimentando e cuidando das borboletas enviadas ao estômago por ele. Cuidam, nutrem, afagam e criam... criam... criam... Pobres mentes... </p><p>Tolas. Quando em confronto com outras mentes, já mais curtidas e desencanadas, libertam todas as borboletas de uma vez. Acreditam que todas as aquelas cores esvoaçantes podem trazer um 'que' de transcendência ao momento. Sorrindo, olham para as mentes interlocutoras.</p><p>Essas, experientes, olham de cima a baixo as novatas e dizem: "- Lamentamos. Não vemos nisso nada demais. Beira à infantilidade. Não sabem vocês que não sentimos essas coisas?"</p><p>As borboletas secam e caem. Não voltarão nunca mais a se apresentar àquele público. Há verdades que doem muito mais do que um soco na boca do estômago. </p><p><br /></p><p><br /></p>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-73210134980930540512020-08-19T23:37:00.000-03:002020-08-25T21:07:08.039-03:00Mas e a vida?<div dir="ltr">
A vida é aquilo que acontece enquanto olhamos distraídos e displicentes pela janela. Sorrimos com uma lembrança boa, que nos mostra que nada é mero acaso.<br />
<br /></div>
<div dir="ltr">
A vida é aquele tapa na cara... é aquele baú guardado num canto e que, vez ou outra, precisamos abrir para lembrar o motivo de aquilo estar lá ainda. A vida é aquilo que vai acontecendo enquanto tentamos nos acostumar a ter menos certezas e adotarmos mais o "agora eu sei"; "agora entendo".</div><div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
A vida é aquilo que não controlamos na hora-relógio e, menos ainda, no relógio de ponto.</div>
<div dir="ltr">
A vida é, como diz a música, uma sequência de encontros e despedidas. </div>
<div dir="ltr">
<br />
Despedidas.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Sempre achei que não houvesse nada pior do que elas... Há. O não poder despedir-se quando, ao olharmos distraídos pela janela, alguém nosso se desliga no relógio de ponto da vida.</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Saudades, Vô. Das histórias, das músicas altas no fone de ouvido, das engenhocas criadas, das tapiocas, com 'leite de coco de verdade'; das palavras certas - às vezes nas horas erradas; das danças pouco equilibradas; do amor incondicional por nós e por Querida. </div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Seriam 88 no último dia 19. </div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
<div dir="ltr">
Parabéns. E obrigada. </div>
Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-48767725353146174192020-07-09T12:00:00.000-03:002020-07-09T12:49:09.610-03:00Os sapos<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri; font-size: 14.6667px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Meu pai sempre me dizia que para vivermos precisamos engolir sapos... E eu sempre odiei isso: tanto a expressão quanto o fato. Sempre imaginava o bicho liso tentando se safar de minha garganta... Aquelas patinhas pegajosas tocando tudo o que encontrassem pela frente... Sumindo VIVAS para dentro de mim. </span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://visaoestreita.files.wordpress.com/2011/11/engole_sapo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://visaoestreita.files.wordpress.com/2011/11/engole_sapo.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: https://visaoestreita.wordpress.com/tag/engolir-sapo/ </td></tr>
</tbody></table>
<b id="docs-internal-guid-4132b61a-639f-1b68-2d6b-dbefe1e7309a" style="font-weight: normal;"><br /></b>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri; font-size: 14.6667px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Ainda me lembro da primeira vez que ele me disse isso. Eu devia ter uns 12 anos e, chegando a época de férias escolares, chegava o tempo de passar mais uma temporada na casa de praia de uma tia que era o legítimo pé no saco. Eu gostava da praia; não gostava das regras - nunca gostei de regras - mas para estar na praia, precisava estar com ela. Logo ela era o sapo da vez. </span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: calibri; font-size: 14.6667px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Hoje vejo que esse era um sapinho pequeno... O que meu pai não teve tempo de me contar, mas que tenho descoberto a cada dia, é que esses sapos crescem... E alguns são até venenosos. Por sorte conclui que era preciso colocar um adendo na afirmação de meu pai: para sobrevivermos, precisamos engolir ALGUNS sapos… outros precisamos aprender a cuspir. </span></div>
Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-10063967384368230602020-06-21T18:07:00.002-03:002020-08-25T20:59:48.577-03:00Dia de domingo<div>Domingo nunca foi um dia muito fácil prá mim. Não sei se pela cor de "fim"; não sei se por ansiedade (já pensando na semana seguinte); não sei se pelo tempo que ele nos dá, as vezes, de pensar na vida (e quando você não sabe muito como fazer isso, pode ser, digamos, desconfortável). </div><div><br /></div><div>Os sons do final de um domingo me causam aflição: as 'motocas' das crianças rodando pela calçada; os pássaros se recolhendo; as televisões ligadas, cada uma em um canal, criando uma sinfonia distorcida; aquele cachorro velho e cego que, ao longe, late até cansar. </div><div><br /></div><div>Pior do que isso tudo é o silêncio. </div><div><br /></div><div>O silêncio do domingo é 'ensurdecedor'; ele assusta. Ele grita. Ele aponta pra você todos os ângulos para os quais você não olhou a semana toda; ele gargalha porque sabe que você não está feliz por ele existir. Ele atravessa você porque sabe onde cortar: naquilo que você fez ou deixou de fazer. Por vezes ele transforma solitude em solidão, só para nos testar.</div><div><br /></div><div>Não. Domingo nunca foi um dia muito fácil pra mim.</div>Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-20990900774035028252020-03-03T22:37:00.001-03:002020-03-04T10:52:58.577-03:00Despir-se<br />
Quantas vezes você já esteve nua? Tem certeza de que é algo tão imensurável assim? Ah, claro! Eu não expliquei: refiro-me à nudez da alma; do coração; do sentimento.<br />
<br />
A nudez do corpo sempre foi - e acho que morrerei sem que deixe de ser - um tabu. Mas ninguém se nega a tirar a roupa: para um grande amor, para o desconhecido, para a satisfação do desejo, para aquilo que poderia ser eterno. Difícil mesmo é falar de sentimentos; despir a alma.<br />
<br />
Sentir tornou-se sinônimo de fraqueza. A entrega, de fracasso. A dedicação, idiotice. O amor, balela. Na corrida da satisfação do inatingível, somos estranhos que transam. Somos capazes de compartilhar e de entregar tudo, menos o coração. E de que adianta isso?!<br />
<br />
Dizemos - quase como um mantra da sobrevivência: Ah! Eu não me apego. É só por diversão. É do 'jogo'.<br />
<br />
É só mais um.<br />
É só mais uma.<br />
É só mais um.<br />
É só mais uma.<br />
<br />
É só mais uma oportunidade perdida de conhecer alguém de verdade. É tratar com desprezo e indiferença quem só queria entender nosso mundo.<br />
<br />
Somos feras do desejo, mas não conseguimos olhar nos olhos uns dos outros. Nos desconectamos como um sinal fraco qualquer, colocando o outro na posição de 'descartável'. E não sentimos isso.<br />
<br />
O que sentimos é um vazio e uma escuridão que toma conta da noite, da hora de compartilhar as vitórias e as derrotas. Os sonhos e os planos... E temos medo.<br />
<br />
Então contamos para nós mesmos... Aprendemos a falar sozinhos. Criamos nossa redoma e nos protegemos... De quê?!<br />
<br />
Somos nós mesmos nossos algozes. Carregamos nossas feridas abertas e os traumas escondidos. Queremos a cura, mas não queremos que nos curem.<br />
<br />
Nos colocamos em pedestais de madeira podre. Ocultamos nossos melhores sentimentos. Fingimos que está tudo bem.<br />
<br />
Até quando?<br />
Até quando?<br />
Até quando?<br />
Até quando?<br />
<br />
Prefiro a intimidade de alma. A de corpo a gente consegue fácil. Quero a indecência do amor, daquele que seja eterno enquanto durar e que seja construção. Quero esse tipo de nudez, essa que complementa e da sentido à do corpo. Quero esse novo tabu. O resto? Descubramos, trabalhemos, construamos.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-73372121100470177732020-02-01T17:28:00.002-03:002020-02-02T23:03:21.957-03:00Hoje, o de sempre.Ser mulher nos impõe sempre - e cada vez mais - a dor de sermos o que somos. O peso das escolhas que fazemos. A solidão da liberdade que buscamos. A tristeza da explicação desnecessária. O desdém de quem acha que somos um número a ser alcançado. A reprovação daquelas que ainda não entenderam que podemos ser diferentes de um padrão.<br />
<br />
Já não bastam todas as nossas lutas; todos os nossos medos. A cada passo dado, um rótulo novo surge. Ou porque ele não existia antes, ou porque ainda não tínhamos alcançado o '<i>badge</i>' referente e ele. A trilha é sempre a mesma. Fuja dela e observe o que acontece.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
Quando a notícia de minha separação se espalhou, algumas pessoas me ligaram preocupadas. Queriam saber como eu estava. Como eu viveria. Se eu precisava de alguma coisa... Confesso que não entendi a razão, uma vez que tínhamos desenhado da melhor forma possível o fato e os motivos que levaram a ele. Levei um tempo, mas a ficha caiu: sou mulher; sou mãe. Como 'tais', como poderia viver só? Como manteria minha casa, minha vida sem um 'parceiro'. Como minha filha cresceria sem pai? Acontece que não é nada disso.<br />
<br />
É claro que minha história não é padrão e nem modelo. É claro que muitas mulheres ficam em situação de vulnerabilidade caso precisem (re)aprender a viver e a trabalhar. E é justamente por elas que é preciso que olhemos de forma mais equilibrada para situações como essa.<br />
<br />
Nem vou falar do mercado de trabalho; nem vou falar do meio acadêmico; vou me conter em falar da vida social e dos relacionamentos.<br />
<br />
***<br />
<br />
Sabe, as pessoas precisam entender que é possível ser mãe e ser mulher ao mesmo tempo. Parece, às vezes, que uma condição anula a outra. E isso é péssimo. A gente se sente péssima. Parem. Simplesmente parem de nos rotular, de nos observar e nos analisar. Parem. Vocês não sabem o quão fodas nós somos. Vocês não sabem quanto desejo sentimos. Vocês não sabem amar como amamos.<br />
<br />
Homens, entendam que NAO QUEREMOS NOVOS PAIS PARA NOSSOS FILHOS. Queremos bom papo, parceria, leveza, risada, sexo do bom e, quem sabe, se vocês estiverem no nosso mesmo patamar de segurança e maturidade, amar de novo. Sim. Isso aí.<br />
<br />
Mulheres, entendam que o modelo que vocês adotaram para viver é único, é exclusivo e que ninguém tem nada com isso. Do mesmo modo, respeitem as escolhas e as ações das outras mulheres. Assim é melhor pra todo mundo.<br />
<br />
Mais amor sim. Mas muito mais liberdade também.<br />
<br />
Obrigada.<br />
<br />
<br />Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-14222091063918466262020-01-22T10:27:00.001-03:002020-01-22T10:27:39.369-03:00De janeiro a janeiro...<br />
E a vida vai seguindo. Outro ano em curso. Estamos a caminho de uma terceira guerra mundial (?), o astro regente é o sol e o arcano maior que está no comando é o Imperador. O que tudo isso significa? Não faço ideia. Se você souber, por favor, explique.<br />
<br />
Há outras revoluções a caminho aqui dentro. Sim. Pensar e repensar a vida dá trabalho. Olhar para dentro de si não é fácil. Nunca será. O turbilhão está gigante. Tsunami de lembranças, de pecinhas que vão se encaixando ou se separando. Aquela olhada para trás e o pensar: "- Será?"<br />
<br />
Dizem que devemos concentrar nossa atenção no presente. Que pelo passado não se faz nada. Que o futuro, na verdade, não existe. Discordo, pois, ainda que com algum esforço, procuro olhar '<i>de revesgueio</i>' para ele.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
A vida é (re)construção. É a possibilidade de, vez por outra, tentar se perdoar; tentar se compreender. É permitir-se. Não? Para mim, não era. Passou a ser. Aquela máxima do "pelo amor ou pela dor" é muito real: perder mais um familiar no ano passado me fez perceber a vida caminhando; se distanciando; seguindo. Às vezes, de rédeas soltas; em outras, num emaranhado difícil de compreender; de enxergar. Dentro do coração, coisas não ditas na hora certa, sentimentos abafados pelo medo e pelo tempo. Agora? Já foi. Resta não repetir os mesmos erros.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-1339375396299048532020-01-03T12:26:00.001-03:002020-07-09T12:28:01.139-03:00A vida é engraçada, mas não brinca em serviço.<br />
Faz tempo que este espaço deixou de ser centralizador de desabafos. Pelo menos dos sentimentais. Há um tanto de linhas recolhidas; outro tanto de linhas que deixaram de existir deletadas pela minha vontade de, ao menos neste formato de registro, esquecer do que aconteceu. Mas tem coisas que não são esquecidas. Não adianta.<br />
<br />
Outubro de 2009 mudou minha vida. Quase me matou 6 meses depois. Evaporou por completo em 2011. Parece voltar a me assombrar em 2020.<br />
<br />
A vida é engraçada, mas não brinca em serviço.<br />
<br />
<br />
<br />Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-46152481701639118842019-12-23T10:00:00.000-03:002020-01-22T10:29:51.869-03:00Escrever e transgredirEste espaço está vazio há meses. Anos, melhor dizendo. A correria, as mudanças, as obrigações, as outras redes sociais (mais dinâmicas, visuais, impactantes)... todos levam um pouco da culpa por este espaço permanecer em branco por tanto tempo. Pode ser que eu volte... a tentativa é sempre válida, não é mesmo?<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
***</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Hoje em dia, manter vivo um lugar de escrita exige esforço. Principalmente se o foco for exercitar a organização do pensamento; desenvolver o comportamento socioemocional (tão 'teoricamente' na moda ultimamente, mas pouco visto); expressar algo que não seja puramente acadêmico / profissional. Escrever sem fazer parte de um grupo, sem ser considerado "o amigo que só deixa textão", sem ser para trazer um tutorial (ou algum tipo de reclamação) é algo que soa como surreal.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
***</div>
<br />
É, a escrita, hoje, nos meios digitais e para entretenimento, parece condenada a ser esquecida. Seria porque ela demora a ser construída? Por exigir pensar no motivo, no objetivo, na relevância daquilo que é trazido? Aliás... precisamos mesmo pensar em tudo isso para um espaço informal? Penso que não. Creio, na verdade, que escrever em caminhos como este aqui tornou-se sinônimo de transgressão. Assim sendo, cá estou eu. Tentarei ser uma transgressora dedicada nos próximos meses. Conseguirei?<br />
<br />
<br />Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-30070449297269173242015-11-28T06:00:00.001-03:002022-01-31T09:54:57.131-03:00Feliz aniversário, Pai. Hoje meu pai completaria 60 anos. e talvez estivesse radiante pela notícia de se tornar avô... estaria rindo dos meus enjoos e ataques de sono... Não deu tempo de ele acompanhar tudo isso por aqui... nesse plano. Mas pelo menos tenho certeza de que está dando as mesmas risadas e faceiro da vida trocando ideias com meu avô - que por sinal seria Bisa...<br />
<br />
Às vezes eu prefiro deixar de entender a vida.Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-6391140001640383942015-11-27T09:15:00.003-03:002022-01-24T04:12:58.293-03:00Ser ou não ser...hiperbólico... Sofro. Sofro de um mal agudo, irremediável, incorrigível: não sou um ser hiperbólico.<br />
<br />
Tanta gente é tanto, faz coisas tão grandiosas, tem tanta gratidão e amor e alegrias e afins que sou obrigada a começar a procurar os restos da nave espacial que me largou por aqui...<br />
<br />
Não se pode mais se contentar com uma resposta: é preciso ter uma tese sobre o assunto. Não basta conhecer, tem que ser especialista na coisa - seja lá que coisa for. E pior: nem precisa ser especialista de verdade... A coisa anda tão feia que ando com medo de perguntar as horas a um estranho...<br />
<br />
Ninguém quer ser comum, humano, gente, sabe? Não. Isso não vende. Tem que ser A melhor pessoa, O melhor perfil, ter a última/única palavra.<br />
<br />
Aliás... gente pra dizer como tem que ser a nossa vida tem aos montes... agora pra VIVER de verdade, tá difícil.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://claragavilan.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/711.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://claragavilan.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/02/711.jpg" height="243" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Fonte: http://claragavilan.com.br/blog/71-o-hiperbolico</div>
Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-826038992359441246.post-17307595950406884692015-11-03T12:28:00.004-03:002022-01-24T04:13:31.567-03:00Leituras possíveis: mais um caminho para escreverHá algumas semanas tomei coragem de me inscrever para ser uma das autoras do <a href="http://obviousmag.org/" target="_blank">Canal Obvious</a>. Para quem não conhece, trata-se de um espaço aberto para a divulgação de múltiplos olhares sobre temas culturais. Seu foco está nos países de língua portuguesa e esse é um dos argumentos me mais me motivou: escrever para gente da gente!<br />
<br />
Voltei às raízes e escrevi sobre um autor que adoro: Josué Guimarães (e não poderia ser diferente, já que conheci sua obra ainda no tempo da faculdade e me encantei com praticamente tudo de seu universo). Os editores gostaram, aprovaram minha participação e hoje, exatamente hoje, meu humilde texto está na capa do canal!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUITW_a_RB1DszQfOAw2oN_rvNB9Rh-1Pca0I10hVxfm5cOJ9EZS4MhZLiCzgBLVSQtsa1nazWuTIOEkBTW5XShAEf_thPorrlOJj7hP3y1oR5LBmYyF5l4xrVkDr-U_zKyNOLGXa5_tlp/s1600/capa_obvious.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUITW_a_RB1DszQfOAw2oN_rvNB9Rh-1Pca0I10hVxfm5cOJ9EZS4MhZLiCzgBLVSQtsa1nazWuTIOEkBTW5XShAEf_thPorrlOJj7hP3y1oR5LBmYyF5l4xrVkDr-U_zKyNOLGXa5_tlp/s400/capa_obvious.png" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
Tenho agora um blog dentro da Obvious, o <b><a href="http://obviousmag.org/leitura_possivel/" target="_blank">Leitura Possível</a></b>, e nele serão publicados textos cujas temáticas tenham relação direta com as da revista! O <b>pergaminho</b> segue, é claro, porque nele publico coisas mais temporalmente demarcadas e demasiadamente pessoais! Isso significa que se você gosta de ler o que escrevo, terá mais um espaço a visitar!<br />
<br />
Se ficou curioso para ler meu primeiro artigo, acesse:<br />
<a href="http://obviousmag.org/leitura_possivel/2015/depois-do-ultimo-trem-o-realismo-fantastico-e-a-metafora-da-negacao-a-morte.html">http://obviousmag.org/leitura_possivel/2015/depois-do-ultimo-trem-o-realismo-fantastico-e-a-metafora-da-negacao-a-morte.html</a><br />
<br />
E vamos lá!Carolina Mussoihttp://www.blogger.com/profile/10558290139603044210noreply@blogger.com1